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o lado negro da princesa

o lado negro da princesa

Cinzentitude

31.08.24, Mary
Nunca tinha sentido isto antes mas nos últimos tempos tem sido um sentimento companheiro Sentir-me só com alguém ao lado. Sentir as distâncias sem vislumbrar possíveis pontes. Um extremar de palavras, secas, ocas, que basta uma troca de olhares para saber que são mentira. Um dia já foram verdade, agora já não são. Não sentir desejo nem vontade de ser tocada. Dormir na mesma cama, em lados opostos, ou quando a insónia aparece , dormir em paz no sofá. Dou por mim a fugir dele, (...)

Careless whisper

03.12.22, Mary
Somos nós e a rotina. E o agora não, que acabámos de comer.  Agora não, que não apetece. Ou liga não sei quem. Mas o corpo pede, a masturbação vai enganando, sabotando a vontade, aumentando a distância entre nós. Nós... Há dias em que olho para ti e pergunto que estou aqui a fazer.  Há dias em que me perco em ti e redescubro o sentido e o sentimento. Ninguém disse que ia ser fácil.

And still go on

15.11.22, Mary
Há um quisto nos dentes. Há um implante enterrado no braço esquerdo. Há antibiótico pra tomar, há dores, há dor... Há saudades. E um certo arrependimento, não dar valor ao que tinha, agora é tarde, e agora, e agora... Há um certo navegar na maionese. Vontade de arriscar, mudar tudo mais uma vez, mudar a ver se é de desta que me sinto pertença, se ganho juízo e assento arraiais... Mas parece que só estou bem onde não estou.

O amor pode ser um lugar estranho

17.06.22, Mary
O cheiro da pele entranhou-se nas minhas narinas. O toque das mãos é inconfundível.  A presença, o rumor dos passos... Passei anos atrás do amor perfeito porque procurava alguém sem defeitos, ou para não ter o trabalho de ter de lidar com eles. Porque essa é a parte difícil. Driblar o lado sombra, ver o lado bom sabendo que também há imperfeição ali. A imperfeição é libertadora. És tu, ao natural ,lógico que há coisas que se vai melhorando com o tempo  outras que (...)

De tempos a tempos

08.06.21, Mary
Vem a maré da melancolia que parece me engolir e nunca mais me devolver a ti. Vem o choro, o barafustar, que no fundo é o novelo de todas as frustrações do dia a dia, que ficam escondidas... Vem o teu ombro, o afagar dos teus dedos no meu cabelo, a tua voz tornada ainda mais doce ao meu ouvido... Calma. A maré agiganta-se, o choro descontrolado, doi tudo, a tanto tempo que doía... E eu ignorava, não há-de ser nada, nunca é nada até transbordar tudo... Para acabar aninhada nos (...)

Travo amargo

28.03.21, Mary
E ele foi. Ficou o cheiro, o vazio, o coração apertado. A cara lavada em lágrimas, nos lábios ainda repousava o travo do último beijo, os braços mal refeitos do último abraço... Sabendo de sobra que não foi a última despedida, haverá mais, infelizmente...  

Lume, please

08.02.21, Mary
E eu com tantos isqueiros em casa mas... Preciso de lume.  Um gesto simples como dar lume perante um cigarro nos lábios. Uma atitude humana. Humanidade. Altruísmo. Entrega ao que se faz. Fazer com gosto o que se faz... Cada vez mais desiludida com a raça.

Eu e o meu desnorte

31.01.21, Mary
A regularidade com que tenho vindo cá diz muito do tempo que tenho tido livre. E um cansaço acumulado que parece nunca cessar... Tenho saudades das horas livres que tinha antes dele, mas ao mesmo tempo não lamento. Tempo na cama é precioso. Tempo no terreno é complicado, o relógio no pulso tornou-se um aliado importante no trabalho. Demoro demasiado tempo a acordar e ando a demasiado tempo a permitir que me façam de tonta. Frustrações... Sou uma mulher mediana que de vez em (...)