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o lado negro da princesa

o lado negro da princesa

O tempo entre videiras

27.11.24, Mary
Já tenho material para escrever uma série de espionagem. A complexidade dos vários caracteres é interessante, mas cansativa. Um olhar, uma palavra inocente pode mandar uma reputação abaixo. Ou revelar particularidades de feitio. Ou fazer a pessoa tirar as garras. Psicologia aplicada à viticultura. Santa psicóloga que me desfaz estes nós e me faz ver as coisas doutro ângulo. É difícil medir as palavras, ser irrepreensível. É difícil não poder confiar. Mas, no fim de contas (...)

O lado negro da princesa

19.11.24, Mary
Tenho ideias pré-concebidas que aos poucos vão esmorecendo. Tenho complexos até mais não. Sou mais dura comigo do que com os outros. Sou uma idiota que acha que tudo de mal no mundo é culpa minha. Com o meu nascimento estragou-se tudo. Como se eu tivesse essa relevância. Como se não existesse mais ninguém no mundo. Ou eu ser a única a ter defeitos. Ser um poço infindável de defeitos onde não se aprende nada. Não tenho que se aproveite. Sou um desperdício vivo de troca de (...)

Estou feita.

18.11.24, Mary
Não consigo enturmar. Não consigo entrar em grupos, integrar-me plenamente nas equipas. Era a nerd meio rebelde meio ovelha negra na escola. Trocava as pessoas pelos livros. As aulas pelos corredores da biblioteca. E o pior é que tento de tudo, quase me anulo mas nem assim. Sinto-me um repelente de pessoas. E agora no trabalho deparo-me mais uma vez com o meu velho problema. Sou a trabalhadora da casa no meio de uma equipa de fora. Sou educada, tento entrar nas conversas, divertida q.b. (...)

Não tão mau mas também não tão bom assim

16.11.24, Mary
Duas semanas completas de trabalho. Duas. Parece mentira mas não é. Para quem achava que não me ia aguentar, aguentei. E isto já ninguém me tira! A primeira semana foi uma lua de mel, o trabalho fluia, sway away, dance with me versão apanha da azeitona. Grupo pequeno, mais fácil de conhecer toda a gente, de entender o funcionamento das coisas ao de leve. A segunda semana... bem, parece que levei um banano na segunda, um pontapé nas canelas terça-feira, um braço estalado na (...)

Dog days are over!

23.10.24, Mary
O regresso ao trabalho está perto. Sinto-me enferrujada, mal-habituada por não me levantar cedo a muito tempo, e claro, com um tamanho que mete respeito. Tenho evitado pensar no assunto para fugir à ansiedade. Tenho evitado alimentar expectativas para não ser como da última vez. E sobretudo, não sei quem sou depois da tempestade. Tenho estado resguardada para evitar perguntas, por me sentir frágil. Porque precisei deste tempo para mim. Escondi-me por opção, confiei na terapêutica (...)

Uma nova abordagem à coisa

08.06.22, Mary
Mais do que problemas, hoje em dia preocupo-me com a minha reacção perante eles. Tornei-me boa a fazer-me de estúpida e a convencer que realmente sou assim, que não é fachada, mas é uma grande fachada, oh se é... A parte menos boa é guardar tanta coisa, não ser capaz de reagir, devo ter alguma costela britânica, conseguir ter tanta fleuma sendo do Norte é obra... Em todo o caso, sei que sou melhor do que aquela reacção na hora. Sei que sou melhor do que aquilo que deixo (...)

Pensamentos avulsos

07.06.21, Mary
Mas afinal o que é um influencer? Um feirante da net? Ou outra coisa qualquer meio inexplicável? É que agora os putos é o que querem fazer da vida... Ser influencer! Chamar os seguidores de um nome manhoso terminado em -inha, -inhos ou o caraças... E depois vender a banha da cobra, seja em formato de vendas ou do seu exemplar modo de vida...! Ainda dizem que trabalham...     (É ver o Ódio de estimação do Paulo Almeida a esta malta. É ver.)

Sol da meia noite

05.06.21, Mary
O tempo não tem sido muito, trabalho desgastante, cansaço. Dias enormes e noites minúsculas... Já fazemos competição a ver quem adormece primeiro. Já sabemos como gostamos de estar perto um do outro. Já sabemos que ao fim do dia há uma nova lesão, bolhas, alergias, dores musculares e articulares diversas. Virei tua enfermeira; dormir junto ao teu peito é do caraças. Ainda assim temos passeado, somado histórias, kms ao carro e locais ao gps. Ainda assim o beijo sabe bem, o (...)

Escolhas

10.04.21, Mary
Pela primeira vez, o trabalho não é tudo... Pela primeira vez, dei por mim o quão stressada andei ultimamente. Pela primeira vez, dou conta que há vida para lá da rotina e tem sabido tão bem essa liberdade. Ou era isso ou a minha saúde.

Uma questão de paraíso

25.02.21, Mary
Tenho saudades... Eu e ele, o Renault Clio e as curvas que ele adora e eu detesto quando estou no lugar do pendura. Ir passear, e quando me cruzo com as placas em contexto de trabalho, é um reconforto. Já fui feliz ali. Já percorri as ruelas e vi os monumentos. Estou habituada a sentir o gosto das terras, porque o mais normal do meu trabalho é ir parar a sitios no meio do nada, e surpreendentemente belos.  Por isso também sabe bem variar as paisagens de vez em quando.