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o lado negro da princesa

o lado negro da princesa

Captain, oh my captain

02.01.25, Mary

Aqui sossegadita no sofá, com a medicação tomada, manta nas pernas, cabeça cansada. Pijama e roupão polar. Tom e Jerry antes de ir para a cama. Cabelo solto. O sono a espreita. E em mim ainda ressoam as palavras do chefe, que fez de mim sub-sub-sub-chefe. A minha sorte é conseguir rir de mim mesma e quando me vejo equipada para trabalhar não me reconheço. Não tenho ambição de poder. Não me sinto poderosa. Não me sinto mais que ninguém. Só que lá consigo ser correta e profissional...cá em casa solto a franga e siga a rusga. Não são duas personalidades diferentes...sou eu que sei portar-me bem!

Incapaz de...

01.01.25, Mary

Nunca discutimos. Sou sempre eu a falar sozinha, com olhar vazio. Nunca falas, nunca respondes. É um monólogo constante, como se estivesse a desabafar de mim para mim e não a tentar dizer ao homem que ainda amo o que não está bem. Mas nunca tenho contraponto. E a solução é uma solidão que se vai metendo de fininho cá em casa. É o som do vazio cada vez mais notório. Encostas a cabeça, tentas fazer mimo a ver se paro, se me passa. Não passa, é por sal na ferida. É quereres não ver a realidade porque não queres ou não dá jeito ou sou eu a exagerar. Não sei. Nunca sei.

Sobras da noite passada

01.01.25, Mary

Mais um ano que começa. Mais uma oportunidade de recomeçar e não deixar o tédio tomar conta de nós. Ou a rotina. Ou o raio do nevoeiro que insiste em não ir embora. Ou não ter desculpas para não ter um nisquinho de ambição, nem que seja ambicionar um dia sem dores nos joelhos. Um incentivo a fugir do marasmo. Da mesmice. De usar a imaginação para seguir a rotina de sempre com outras nuances. Não viver roboticamente. Largar o piloto automático e perder o medo. Ano novo, vida velha. Ano novo, acabou a festa e agora é esperar até chegar o verão. Ano novo, sem vontade não há milagres. Haja esperança...