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o lado negro da princesa

o lado negro da princesa

Cinzentitude

31.08.24, Mary

Nunca tinha sentido isto antes mas nos últimos tempos tem sido um sentimento companheiro Sentir-me só com alguém ao lado. Sentir as distâncias sem vislumbrar possíveis pontes. Um extremar de palavras, secas, ocas, que basta uma troca de olhares para saber que são mentira. Um dia já foram verdade, agora já não são. Não sentir desejo nem vontade de ser tocada. Dormir na mesma cama, em lados opostos, ou quando a insónia aparece , dormir em paz no sofá. Dou por mim a fugir dele, dos dele. Pode ser da fase ou consequência da medicação, sei lá... Fala apaixonadamente do trabalho, acho que é a verdadeira felicidade dele. E eu acho que não estou a fazer nada na vida dele

Encontrar o caminho, sem GPS

30.08.24, Mary

Às vezes olho para o meu currículo e não sei se chore ou ria. Embora se oiça falar muito das soft skils, que agora é que são importantes e tal, continuo a pensar se algum dia conseguirei achar o meu caminho,o tão sonhado trabalho que deve andar por aí e ainda não me encontrou, ou não tenho qualidades suficientes para o agarrar. Parece a história do príncipe encantado, só que na vez do príncipe está alguém dos RH pronto a escrutinar-me até a medula. Licenciada em nada, secundário completo, mas não sei passar a ferro nem sou uma fabulosa dona de casa. Já fui recusada em trabalhos por não saber ou uma delas ou ambas. Estou feita ao bife e não sei que faça... Sorte a daqueles que trabalham no que gostam.... Vou ali deprimir mais um bocadinho e ler qualquer coisa, a ver se distraio Oh bida...

Delicatese

28.08.24, Mary

As noites são como seda a roçar na pele. São delicadas, sensíveis, protetoras. Á noite não importa os quilos que ganhei, o bronze meio estranho,as estrias A noite tornou-se minha amiga, conhece as minhas insónias e a luta que tem sido para acabar com elas. De noite tiro a roupa e a escuridão absorve-me, como um velho amante... Em tantas noites como esta volto a sonhar , deixo todo o peso para o dia seguinte, e voo ,ou fujo nem sei nem para onde.... Sempre tive medo à escuridão e agora, delicadamente, vou ter que descobrir uma nova versão de mim, a medo mas sem temer. Delicadamente....

I just need to talk with somebody..

28.08.24, Mary

Não planeei este regresso. Foi uma ideia súbita, talvez por ter falta de quem me "oiça" , talvez porque sempre fui melhor a escrever do a falar sobre o que sinto, talvez o chamamento dum passado onde já fui feliz... e agora sou a dor, as mazelas e as mazelas da dor. Tudo assim , ao molho e fé em Deus. 

Tenho um diagnóstico de esgotamento nervoso/ burnout. Tenho 10kgs a mais e a auto-estima no lodo. Tenho um mindinho estranho porque perdi parte dele num acidente de trabalho.  Tenho uma inveja mesquinha de quem tem sucesso . Demiti-me, estou a meio do tempo a dar a casa, com uma baixa psiquiátrica e uma tristeza às costas que teima em não sair. Estou a ser seguida, não há milagres mas há um caminho a percorrer.  E é esse o maior desafio, esperar que as feridas curem  não ter vergonha de sair à rua , não ter medo de falar disto. Não ter medo do estigma. Nao ter medo.